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A mostrar mensagens de março, 2020

Intempéries

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Num instante, a tua vida mudou do dia para a noite. E o pior está para chegar, dizem.  De um dia para o outro não podes sair de casa. As ruas vivas e ruidosas estão agora completamente vazias e silenciosas. Ouvem-se os pássaros nas ruas e respira-se ar puro no centro da cidade.  Sente-se um silêncio cheio de tensão, que é reflexo do medo e da preocupação que domina todas as pessoas. Sentes que ninguém te avisou e que não estás preparado para isto. De repente, sentes que estás a perder todos os teus privilégios.  Como sempre, os mais pobres, os mais fracos são os que mais sofrem. Talvez tudo isto te faça pensar naqueles que são agora refugiados, que perderam tudo e que não têm lugar para cumprir a quarentena . Os que fogem da guerra, dos massacres, das violações, da miséria não têm tempo para se preocuparem com pandemias . Todos estes homens, mulheres e crianças, que fogem da guerra e atravessam tempestades, são eles os donos do presente, aqueles que nos ensinam como a esperança v

Dia internacional para o direito à verdade para as vítimas de graves violações dos direitos humanos

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O Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Violações Graves de Direitos Humanos e para a Dignidade das Vítimas é, de igual modo, uma oportunidade para elogiar todos os destemidos que por todo o mundo têm dedicado as suas vidas à defesa dos direitos humanos e à luta para que estes sejam respeitados, apesar dos riscos que correm ao realizarem o seu trabalho.

Dia Mundial da Poesia e COVID-19

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O professor José Carlos Teixeira enviou-nos este texto e imagem a propósito do Dia Mundial da Poesia (21 MARÇO) e no contexto da pandemia que todos vivemos: ACRÓSTICO C onhecimento metafísico e misterioso do fenómeno O casiona inquietude, cansaço e amolecimento R esultando descrença, angústia e opróbrio. O meio-sono em que se vive engana o conhecimento… N ão-consciente, afligem-me as rabanadas de vento A ssociadas ao mau tempo e aos maus tempos… V isões de um indefinido futuro, atormentam e I nvisíveis malfeitores desorientam e apoquentam: R efluxo de um inferno, ou castigo divino? Ú ltima esperança no que perdido está, é o caminho? S ubitamente tudo é nada, tudo é desgraça — vírus assassino! H á horas em que o mundo resolve girar ao contrário! I nfelizmente, um silêncio sepulcral, dorido e (ir)real F az-nos acordar para um mundo escaqueirado E estupidamente esventrado… N a desgraça, é enterrar os mortos e cuidar dos vivos. D esacompanhad

porque foi Dia da Árvore

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O objetivo da comemoração do Dia Mundial da Árvore é sensibilizar a população para a importância da preservação das árvores, quer ao nível do equilíbrio ambiental e ecológico, como da própria qualidade de vida de todas as pessoas.

Santa Corona, existe!

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A Festa de Santa Corona e de São Vitor é a 14 de maio.  Santa Corona é considerada uma santa de intercessão contra as pandemias.  Ironicamente, os seus restos mortais estão na Itália , uma das regiões mais atingidas pelo Coronavirus . A cidade de Anzu, na Itália, está no centro da pandemia do Covid-19. E lá existe uma basílica que guarda as relíquias de São Vitor e Santa Corona desde o século IX. Pouco se sabe sobre Santa Corona . Ela e o homem pelo qual rezava, São Vitor, estão listados na Martirologia Romana e na Hagiografia da Igreja. Não se sabe muito sobre as datas e locais do martírio de São Vitor e Santa Corona. A maioria das fontes diz que foi na Síria, que estava sob o domínio romano. Alguns dizem Damasco; outros, Antioquia. A maioria concorda que eles foram mortos no ano de 170 dC. Grande parte dos historiadores também concorda que eles morreram durante o reinado de Marco Aurélio e que eles foram mortos por ordem de um juiz romano chamado Sebastian.  

Cura física e espiritual

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Nos momentos difíceis da vida são raros aqueles que não recorrem a Deus. Os estudos de Sociologia da Religião assim o dizem. O Papa Francisco foi à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para rezar. Caminhou – como peregrino – pela Via del Corso (um caminho central a partir da Piazza Venezia) até a igreja San Marcello al Corso, onde está o Crucifixo Milagroso: durante a Grande Praga  de 1522, esse crucifixo foi levado em procissão para deter a peste. Com a sua oração, o Papa Francisco invocou do Senhor o fim da pandemia do Coronavírus na Itália e em todo o mundo, a cura para os doentes e a paz para os que morreram e suas famílias. Ele também rezou por médicos, enfermeiros e todas as pessoas que trabalham para o bem da sociedade.

Coragem

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O Covid-19 tem chamado a atenção para a falta de coragem de muitos de nós. A forma como estamos a relacionar com os outros reflete-se nos supermercados e farmácias, numa falta de controlo pessoal para pensar que os outros também existem e que dependemos uns dos outros. A vida não é só receber, é, fundamentalmente, dar e partilhar. Corajosos, ou valentes, são aqueles que vencem o medo com atos de amor pelos outros.

Covid Social

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Vivemos um tempo de histeria coletiva, com meios de comunicação sedentos de morbidez e empresas preparadas para fazer o negócio do século. O Covid-19 é um exemplo de como os nossos problemas mundiais têm mais fantasmas do que riscos reais para a maioria das pessoas. Por outro lado, muitos dos dramas que afetam gravemente as pessoas não ocupam o lugar que merecem no mundo atual. Eles estão aí e nós não os queremos ver. Doenças e psicoses que não sabemos controlar difundem-se muito rapidamente pelos meios de comunicação porque o medo é mau conselheiro em situações de crise.

Papel Higiénico

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Neste tempo de crise, resolvemos acumular papel higiénico. Agarramos-nos a algo banal que passava despercebido todos os dias. Ficamos ansiosamente preocupados por algo que falta porque estamos habituados a um estilo de vida rápido e eficaz. É assim que educamos as novas gerações. Talvez esta crise seja uma oportunidade de nos centrarmos naquilo que é fundamental na vida. Uma oportunidade para partirmos do zero, de crescer a partir do vazio criado. Aproveitemos esta crise.

Deserto na Cidade

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Neste período de medo do Covid-19, de quarentena, de fuga aos outros, é tempo de pensar na SOLIDÃO. A  solidão não é um isolamento, não é o retirar-se das relações, mas o reconhecer que sempre há um espaço em que eu estou só, e o outro também. É viver as relações com a consciência do limite que as determina. Só aceitando a solidão podemos viver relações autênticas.  O primeiro passo para a solidão é uma partida: o verdadeiro deserto atinge-se apanhando o comboio, o navio, o avião. Não sabemos distinguir as numerosas pequenas partidas que se sucedem num dia porque nunca chegamos às solidões que são nossas, às solidões que nos foram preparadas. 

Medo dos Pobres

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Os pobres  são pessoas não necessárias . São consideradas inúteis, supérfluas, sacrificáveis.São indignas de piedade e de compaixão. Não têm direitos. Daqui emergem todos os lugares comuns que enchem bocas ávidas e áridas.  Se somos tudo aquilo que consumimos, e somos medidos a partir dos nossos consumos (hábitos, automóvel, telemóvel, férias… estilo de vida em geral), quando perdemos isso, deixamos de ser alguém.  Quem se torna pobre perde-se a identidade, se a identidade depende do que se consome. O s pobres são o outro lado da sociedade de consumo, os descartados que ela produz. Há quem diga que é uma nova forma de racismo.

Ernesto Cardenal

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Ernesto Cardenal , poeta nicaraguense, padre, político e revolucionário, morreu em 1 de março de 2020, com 95 anos. Estudou Literatura, Filosofia e Teologia na Nicarágua e nos EUA. Foi professor universitário. Comprometeu-se politicamente com os conflitos sociais da Nicarágua. Participou nas lutas contra o ditador Anastásio Somoza. Mais tarde foi ordenado sacerdote e entrou num Mosteiro Trapista  do Getsémani, no Kentucky (EUA), onde conheceu o seu mestre espiritual, Thomas Merton. Uma experiência fundamental para a sua biografia humana, espiritual e artística. .  Depois de alguns, saiu da Ordem Trapista e regressou à Nicarágua fundou uma Comunidade na Ilha de  Solentiname. A sua poesia e o seu estilo de vida é um reflexo do seu radicalismo pessoal. Denunciou o sofrimento, a exploração. Foi um dos elementos da Teologia da Libertação.