S. VALENTIM, Padroeiro do Amor

S. Valentim de Terni
Séc III
Protetor dos Jovens e dos Namorados
Segundo a informação que consta no arquivo da Diocese de Terni, Itália, São Valentim (175-273) está registado num documento oficial da Igreja, nos séculos VI-VII, onde aparece o aniversário da sua morte. No século VIII, outro documento relata alguns pormenores do seu martírio: a tortura, a decapitação noturna e a sepultura.
Outros textos do século VI referem que São Valentim, cidadão e primeiro bispo da cidade italiana de Terni, conhecido pela santidade da sua vida, caridade e humildade, pelo apostolado e pelos milagres, foi convidado a ir a Roma por Cratone, orador grego e latino, para que curasse o filho, doente já há alguns anos. Curado o jovem, converteu-o ao Cristianismo, juntamente com a família e o filho do prefeito romano.
Preso sob o imperador Aureliano, foi morto a 14 de fevereiro de 273. O seu corpo foi enterrado à pressa num cemitério a céu aberto, a pouca distância de Roma, para evitar sublevações por parte dos cristãos. Três discípulos exumaram o corpo poucas noites após a execução e levaram-no para Terni, 100 km a norte de Roma e deram-lhe sepultura digna da veneração que lhe era dedicada pelos cristãos.
Basílica de S. Valentim de Terni
Túmulo de prata e de cristal do Bispo e Mártir S. Valentim com a inscrição S.VALENTIM, PATRONO DO AMOR 
A festa do bispo e mártir Valentim liga-se aos antigos festejos gregos, itálicos e romanos que ocorriam a 15 de fevereiro em honra de deuses pagãos. Estas celebrações relacionavam-se com a purificação dos campos e os ritos de fecundidade. Tendo-se tornado demasiado licenciosas, foram proibidas pelo imperador Augusto, e mais tarde suprimidas por Gelásio em 494.
A Igreja cristianizou os ritos pagãos da fecundidade, antecipando-os para 14 de fevereiro, e atribuiu ao mártir a capacidade de proteger os noivos e namorados que se destinavam ao matrimónio e às uniões com filhos. 
Uma das lendas associadas ao bispo diz que São Valentim oferecia rosas aos pares de noivos para lhes desejar uma união feliz.
Valentim, tinha o dom do conselho. A sua fama de reconciliador dos casais de namorados era muito conhecida. Segundo a lenda:
"Um dia, ouvindo dois jovens namorados, que tinham parado junto do seu seu jardim, a discutirem, foi ao encontro deles levando na mão uma rosa vermelha. O capuz caído, a figura serena e sorridente do bom velho e aquela rosa que ele parecia querer lhes oferecer, tiveram o poder mágico de acalmar os dois namorados zangados. Depois, quando ele, entregou realmente a rosa vermelha, pediu que os dois juntos a segurassem com cuidado para não se espetarem e explicou o cor unum, que em latim significa união de corações. Depois desse gesto o amor voltou a ser como antes".
Considerado mártir pela Igreja Católica, a data de sua morte – 14 de fevereiro – marca a véspera das lupercais, festas anuais celebradas na Roma antiga em honra de Juno (deusa da mulher e do matrimónio) e de Pan (deus da natureza). Um dos rituais desse festival era o passeio da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade.

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