Advento

 
Advento deriva do latim adventus, que significa vinda ou chegada. É uma palavra de origem pagã que designa a chegada anual da divindade ao templo. Acreditava-se que o deus, representado numa estátua, permanecia no meio do povo durante a celebração das festas religiosas. Na linguagem corrente, significava também a visita oficial do imperador ou de uma personagem importante. A palavra advento também pode significar fundação ou criação de alguma coisa. É um tempo de preparação para as festas do Natal e da Epifania.
O Advento corresponde às quatro semanas antes do Natal. Este período litúrgico celebra a vinda histórica de Jesus Cristo. No Primeiro Domingo do Advento tem início o Ano Eclesiástico ou o Tempo Litúrgico. Não coincide com o Ano Civil. O caráter penitencial do advento é simbolizado pela cor litúrgica roxa.
O Advento é um tempo de alegria para os cristãos, caracterizado pela preparação para o nascimento de Jesus. É por essa razão que hoje em dia o período do Advento é definido pelas quatro semanas que antecedem o Natal. O Terceiro Domingo do Advento é sempre o Domingo da Alegria, celebrado com a cor litúrgica rosa.
Segundo o Novo Testamento, o Anjo Gabriel apareceu a Maria, numa visão, dizendo que em breve ela daria à luz a um menino, o filho de Deus. Esse tempo de espera é designado como Advento. O Advento celebra a Encarnação de Deus.
O Tempo do Advento formou-se progressivamente a partir do século IV. A celebração do Advento aparece pela primeira vez na Gália e em Espanha, não como preparação para o 25 de Dezembro mas como preparação para a festa da Epifania (Dia de Reis), dia em que se celebrava o nascimento do Senhor. Esta referência é de St Hilário e remonta ao ano 360. No século V, o Advento começava no dia de S. Martinho (15 de Novembro) e prolongava-se até ao Natal. Tratava-se de uma Quaresma de Inverno ou de uma Quaresma de S. Martinho. Os primeiros sinais da existência de um período de preparação para o Natal surgem no século V, quando S. Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias antes do nascimento do Senhor.
A instituição do Advento aparece em Roma apenas no século VI. Em Roma, onde surgiu a festa do Natal, passou a ser celebrado apenas a partir do século VI. Nessa época, o tempo do Advento consistia em seis semanas que antecediam a festa do Natal. No século VI, com S. Gregório Magno (590-604), esse tempo foi reduzido para quatro domingos, tal como hoje celebramos. No século XII, o jejum foi substituído por uma simples abstinência.
Ao longo do Avento, a Igreja apresenta-nos as palavras dos protagonistas da esperança messiânica: Isaías, João Baptista e Maria.
Advento é um dos tempos do Ano Litúrgico e pertence ao ciclo do Natal. A liturgia do Advento prepara-nos para celebrar o Senhor que veio, que vem e que virá. Celebram-se as duas vindas de Cristo: o Natal e a Parusia. Na primeira, celebra-se o nascimento de Jesus, na segunda, celebra-se a sua desejada manifestação no final dos tempos.
Coroa do Advento
A Coroa do Advento é uma coroa de ramos de abeto, com quatro velas (círios), que se acendem sucessivamente nos quatro domingos do advento. As quatro velas da coroa representam cada uma das quatro semanas e são acesas em cada Domingo do Advento. A coroa teve origem no século XIX, na Alemanha, entre os Protestantes. Os Católicos, adotaram o costume da Coroa do Advento no início do século XX, a partir da I Guerra Mundial. A sua forma circular representa a eternidade e a sua cor verde significa a esperança e a vida. Por vezes, coloca-se uma fita vermelha, que simboliza o amor de Deus pela humanidade.
Carlos Freitas

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