Hábitos de LEITURA
A
sociedade exige cada vez mais dependência na obtenção rápida de informação, do avanço
científico e tecnológico, os desafios profissionais cada vez mais competitivos,
assim como outros factores culturais e sociais que tornam complexa a
importância da leitura.
O
domínio da competência de leitura é essencial nos dias de hoje, sendo o pilar
da literacia, e desempenhando um papel chave no desenvolvimento de hábitos de
leitura e na integração dos indivíduos, quer a nível escolar, quer
profissional, sendo que a promoção destas competências desempenha real importância
no processo de aprendizagem.
Embora
se saiba que os interesses e hábitos de leitura se desenvolvem e consolidam,
essencialmente, durante a escolaridade, é importante ter em conta que as
crianças iniciam o desenvolvimento destas competências antes da educação
formal, pelo que, quer o contexto escolar, quer o contexto familiar,
desempenham um papel mediador fundamental no desenvolvimento e promoção de hábitos
de leitura.
É
essencial equipar os alunos com competência leitoras e estratégias
organizadoras, que lhes permitam tratar a informação escrita, de forma a
compreender e assimilar o seu conteúdo, potenciando assim o seu sucesso
académico, ao permitir que tenham ferramentas que os ajudem a compreendê-la de
forma mais eficaz, tornando-os leitores mais eficazes.
De
facto, a família e a escola (nomeadamente na figura do professor), devem
procurar criar e incentivar hábitos de leitura nos seus filhos/alunos,
desempenhando assim, um papel de mediação entre a criança e a leitura.
Relativamente à família, este é o contexto primordial de desenvolvimento da
criança, sendo que a estimulação de certas competências e interesses, tais como
o gosto e curiosidade pela leitura, é uma estratégia fundamental a desenvolver,
nomeadamente através dos primeiros contactos com livros adequados à idade da
criança e aos seus interesses, pela leitura de histórias, pela própria
observação que as crianças fazem dos pais a lerem, entre outros, desempenhando
um papel de preparação e estimulação para a aprendizagem formal da leitura.
Quanto
ao papel da escola, é importante que os professores procurem desenvolver
estratégias adequadas ao nível etário e interesses dos alunos, assim como ao
background cultural referido acima, de forma a potenciar o seu interesse e
envolvimento nas actividades de leitura.
Existe
uma tendência para a diminuição do interesse e hábitos de leitura, à medida que
se avança na escolaridade, pelo que, é crucial que este interesse comece a ser
estimulado o mais cedo possível, de forma a tentar que a motivação para a
leitura se torne mais intrínseca desde cedo, procurando minimizar os efeitos de
redução desta motivação à medida que ficam mais velhos, pois os motivos que
levam o aluno a envolver-se em hábitos de leitura, tendem a alterar-se com a
idade, sendo que no 2º ciclo, embora continuem a sentir que a voz motivadora do professor é importante, os alunos indicam como fator principal para lerem, o
facto de o quererem fazer. Logo, a motivação intrínseca desempenha um papel essencial.
Em
Portugal, o panorama dos hábitos de leitura tem vindo a sofrer alterações,
verificando-se uma evolução. Mas, o que leva os alunos a quererem/gostarem de
ler? Que factores os motivam e, pelo contrário, que factores os podem
desmotivar? Dentro dos alunos que indicaram gostar pouco ou nada de ler, os
motivos mais indicados, referem-se ao facto de considerarem a leitura uma
tarefa aborrecida, demorada e cansar a vista, e o facto de não encontrarem
livros lhes agradem, factores que, na sua maioria, remetem para questões
motivacionais. Relativamente às razões que impulsionam a leitura nos alunos que
referiram gostar de ler, destaca-se o desejo de conhecer coisas novas, de
diversão e a capacidade que adquirem para ler legendas de filmes. São ainda
mencionados o facto de permitir melhorar as capacidades de escrita, compreender
melhor o mundo e ajudar a compreender como os outros se sentem ou vivem.
Importa referir, que grande parte dos alunos associam conceitos positivos ao
ato de ler, como por exemplo, imaginação, aprendizagem, diversão, utilidade,
surgindo em menor percentagem, conotações de valor mais negativo, como o
aborrecimento, esforço, dever, inutilidade. Contudo, se estes factores podem
funcionar como motivação, também importa ter em conta factores externos, que
podem promover hábitos de leitura.
seleção a partir de http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/2552/1/14388.pdf (13 DEZ 2016)