Steve Biko - um grito de liberdade
Stephen Bantu BIKO, ou Steve
Biko, nasceu em 18 de dezembro de 1946 e morreu em 12 de setembro de 1977, aos
30 anos, após ser preso e torturado. Ativista contra o apartheid da África do Sul
na década de 1960 e 1970. Fundou o Movimento da
Consciência Negra. que se destinava a eliminar a noção de que as características
físicas dos negros — como cor da pele, detalhes do rosto e cabelos — seriam
feias. O movimento também incentivava homens e mulheres a pararem de esconder as suas características africanas, ou seja, a deixarem de alisar o cabelo, clarear a pele, etc.
Em 18 de agosto de 1977, Biko foi
preso e interrogado por oficiais da polícia. O interrogatório durou 22 horas, com tortura e espancamentos que resultaram em coma.
Em 11 de setembro de
1977, a polícia resolveu levá-lo, nu e algemado, para uma prisão hospitalar mas ele morreu no dia a seguir, em 12 de setembro de 1977. A
polícia divulgou que sua morte foi resultado de uma prolongada greve de fome,
mas a autópsia revelou múltiplas contusões e escoriações. A sua morte deveu-se a
uma hemorragia cerebral.
A notícia espalhou-se
rapidamente. O funeral foi assistido por mais de 10 mil pessoas, incluindo
numerosos embaixadores e outros diplomatas da Europa Ocidental e dos Estados
Unidos.
Em 1978, a Justiça sul-africana
decidiu que não havia provas suficientes para acusar os oficiais de homicídio. Em outubro de 2003, o Ministério da Justiça
Sul-Africano anunciou que os cinco policiais acusados de matar Biko não seriam
processados por insuficiência de provas.
Steve Biko tinha grande
preocupação com o desenvolvimento de uma consciência negra. Pensava que tal
desenvolvimento teria duas fases: a primeira seria de libertação psicológica e a segunda de libertação física. A bibliografia aprecia fazer a ligação entre
Biko e a não-violência de Gandhi e Martin Luther King, mas ele sempre entendeu
que a libertação física só se daria fora das realidades políticas do apartheid.
As circunstâncias brutais da
morte de Biko tornaram-no um mártir e um símbolo da resistência negra ao regime
de apartheid.
Nelson Mandela disse a respeito
de Biko: Eles tiveram que matá-lo para prolongar a vida do apartheid.