Olaudah Equiano

Celebram-se, hoje, 272 anos do nascimento do escravo Olaudah Equiano.

Olaudah Equiano foi um escravo que nasceu em 1745.  Olaudah Equiano ou Gustavus Vassa. Esta dupla identidade de Gustavus é ponto determinante para entender todos aqueles que forjaram as suas identidades no convés dos barcos no Atlântico. Ora é o Africano Olaudah Equiano, ora o europeu Gustavus Vassa, servindo-se de um ou outro para sobreviver da melhor maneira possível. Raptado por traficantes de escravos na Nigéria, comprou a sua própria liberdade e desempenhou um papel importante no movimento abolicionista inglês. A sua autobiografia, , contribuiu para a criação do Ato contra o Comércio de Escravos de 1807 que aboliu o comércio de escravos no Império Britânico.
Vendido a diversos donos africanos, acabou por chegar à costa da Guiné, onde foi vendido a um barco de traficantes brancos e enviado para a América. Passa a trabalhar como marinheiro. É vendido ao Tenente Henry Pascal da armada britânica, com quem navega por vários anos participando em diversas missões bélicas e mercantis. Posteriormente é vendido ao capitão Quaker Robert King, a quem compra a sua liberdade. Durante esse tempo aprende a ler e a escrever em inglês, aprende algumas noções de matemática, aprende o ofício de marinheiro e de barbeiro. Participa na Guerra dos Sete Anos e na primeira expedição ao Pólo Norte. Torna-se metodista, na procura interior para compreender o mundo em que vive. Nessa altura, pretende tornar-se pastor e regressar à África. o facto de  muitos escravos terem-se tornado cristãos foi para encontrarem algum tipo de paz de espírito, e assim diminuir o sofrimento da sua condição, ou para procurarem entender e adaptarem-se melhor ao mundo no qual estavam inseridos. A maioria deve ter seguido as suas crenças de uma forma escondida. Estabelece-se na Inglaterra e inicia a atividade abolicionista. Participa ativamente, junto ao governo inglês, num projeto de enviar escravos libertados para África, que levaria à formação da Serra Leoa. Casa-se, em 1792, com Suzanna Cullen, uma mulher branca, com quem tem duas filhas. Morre em 1797, rico mas sem nunca ter regressado a África.
Gustavus publicou a primeira edição da sua autobiografia no ano da queda da Bastilha na França, em 1789, anos antes da publicação dos Direitos Universais do Homem. O seu texto é considerado como a primeira memória da sociedade da atual Nigéria, cultura de onde foi raptado. Faz uma descrição das relações sociais, dos casamentos, da agricultura, da família, das relações de poder, da escravidão em África, muito diferente do processo esclavagista realizado pelos europeus, desconhecido dos ocidentais que só possuíam relatos de missionários ou de funcionários coloniais e viajantes.

Mensagens populares deste blogue

Ano Novo - Livros Novos!

99 anos de Saramago - O Início do Centenário

Era uma vez... e Histórias pela Paz