Santos Populares
Santos tornou-se o titulo mais comum de alguns cristãos em geral, pelo motivo especial de
haverem sido consagrados a Deus, devido ao seu comportamento social e religioso.
É uma condição de que já desfrutam, e não uma situação a que aspiram chegar. A inclusão de
santos no calendário litúrgico começou no século II. Comemora-se sempre a data da sua morte.
Santo António de Lisboa nasceu por volta de 1195 e morreu em 13 de junho de 1231. Fez os seus estudos superiores no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Entre suas várias qualidades, chamou a atenção de seus
contemporâneos seu admirável dom como pregador, com uma eficácia tanta que lhe
foi dado o apelido de malleus hereticorum (o martelo dos heréticos). Muitas
descrições de época referem o fascínio que sua pregação exercia nas multidões de
pessoas simples. Conhecem-se cerca de 77 sermões que constam em edição crítica - Sermões Dominicais e
Festivos. São textos eloquentes, persuasivos, sendo
frequentes a defesa do pobre e a reprimenda do rico, e o combate às heresias de
seu tempo.
Era um homem de cultura extraordinária. Além de um conhecimento detalhado da Bíblia, dos escritos dos
Padres da Igreja e outros escritores cristãos, são encontrados nos seus escritos citações de
clássicos como Aristóteles, Cícero, Catão, Sócrates, Dioscórides, Donato,
Eliano, Escribónio, Euquério de Lião, Festo Solino, Filão de Alexandria,
Tibulo, Sérvio, Públio Siro, Juvenal, Plínio, o Velho, Varrão, Sêneca, Flávio
Josefo, Horácio, Ovídio, Lucano e Terêncio. O seu conhecimento das ciências
naturais ultrapassa em muito o currículo regular das artes liberais medievais,
aprofundando-se em áreas como a medicina, a física, a história natural, a
cosmografia, mineralogia, zoologia, botânica, astronomia e óptica. Santo António de Lisboa é o santo mais popular em Portugal mas ignorado como um homem de cultura
literária invulgar e como um verdadeiro intelectual da Idade Média.