Para além das castanhas...
A Igreja e o povo, em geral, recorda hoje S. Martinho, Bispo de Tours, o santo mais célebre e popular da Europa. Venerado como São Martinho de Tours, tornou-se o primeiro
santo não mártir a receber culto oficial da Igreja e tornou-se um dos santos
mais populares da Europa medieval.
Quatro mil igrejas são dedicadas a ele na França, e o
seu nome consta em milhares de localidades, povoados e vilas; como em toda a Europa,
nas Américas, enfim, em muitos países do mundo. É em Tours, na França, que está
o Santuário e Basílica de São Martinho que parte das suas relíquias dentro do
braço erguido de uma enorme estátua, que o representa a abençoar.
São Martinho nasceu na
Hungria, no ano 316. Era filho de um soldado romano. O seu nome foi-lhe dado em
homenagem a Marte, o Deus da Guerra e protetor dos soldados. A família na qual
nasceu não era de religião cristã.
Ao atingir a adolescência, aos 15 anos de idade o seu pai
alistou-o na cavalaria do exército imperial contra a própria vontade de
Martinho. Mas se o intuito do pai era afasta-lo da Igreja, o resultado foi
inverso, pois Martinho, continuava praticando os ensinamentos cristãos,
principalmente a caridade.
Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, (atual
França), no entanto, apesar de ser soldado da cavalaria do exército romano,
nunca abandonou a doutrina cristã. Foi nessa época que ocorreu o famoso
episódio do manto, que poderá ter ocorrido no ano de 337.
Um dia um mendigo, cheio de frio, pediu-lhe esmola e, como
não tinha, Martinho cortou o seu próprio manto com a espada, dando metade ao
pedinte. Contam os relatos escritos que, durante a noite, o próprio Jesus lhe
apareceu em sonho, usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a
Martinho por tê-lo aquecido no frio. Nessa noite, ele decidiu que deixaria a
vida militar para se dedicar à religião. Com vinte e dois anos foi batizado,
provavelmente por Santo Hilário, bispo da atual cidade de Poitiers.