Fernando Pessoa

Fernando Pessoa / HETERÓNIMOS

por José Maria das Neves Dias
13 de Junho 1888 – Às três e vinte da tarde, nasce em Lisboa, FERNANDO António Nogueira PESSOA «Ora neste último ano (1888) deu-se em Portugal o acontecimento mais importante da sua vida nacional desde as descobertas». Fernando Pessoa (1888 – 1935) multiplicou-se, foi várias vidas, quis viver antes e depois do seu tempo, trocou espelhos, a cara, o corpo, a profissão e a identidade. Foi quase tudo, escondeu-se atrás de outros que quis ser, mostrou-se, também, para esquecer quem era. A heteronímia é um conceito elaborado que não está ao alcance de qualquer um. Renascer e morrer antes e depois de si próprio é um exercício metafísico que desafia o tempo. Fazer-se passar por outro qualquer para acrescentar o que lhe falta, é, também uma espécie de embuste, dissimulado na grandeza do pensamento. Fernando Pessoa, apesar de vida curta (47 anos), foi um não macróbio, mas mesmo assim, um campeão dos heterónimos da literatura portuguesa e até mundial. Os historiadores contam-lhe para cima de um centena! Os mais importantes:

1887 – Nascimento imaginário do heterónimo RICARDO REIS (médico), no Porto («não me lembro do dia e mês, mas tenho-os algures»).

1890 – É em Tavira «às 1.30 da tarde» que supostamente nasce o heterónimo ÁLVARO DE CAMPOS (engenheiro).

1894 – Aos seis anos, cria o «primeiro heterónimo, ou antes, o meu primeiro conhecido inexistente – um certo CHEVALIER DE PAS».

8 Março 1914 - «Dia triunfal da minha vida» com a criação do heterónimo ALBERTO CAEIRO (poeta).

Nov./1914 – Escreve pela primeira vez com o heterónimo BERNARDO SOARES (ajudante de guarda-livros), o qual «diz de si próprio chamar-se Vicente Guedes (contista e tradutor)».

1917 – Surge o heterónimo COELHO PACHECO (vendedor de automóveis e editor).

1921 – Cria neste ano, os heterónimos Barão de Teive, Thomas Crosse e Pantaleão

Mensagens populares deste blogue

Ano Novo - Livros Novos!

99 anos de Saramago - O Início do Centenário

Era uma vez... e Histórias pela Paz